terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009


Que em 2009 sejamos todos capazes de desacelerar. Que possamos ser mais leves, caminhar mais ao ar livre, comer mais devagar, ver o dia cair e levantar com mais frequencia, ler mais livros, descobrir novas e boas musicas, fazer novas e boas amizades, rir mais, estar na companhia de quem se gosta, mesmo que esse alguém não passe de vc mesmo, ver mais filmes, suspirar mais. Que aceitemos as possiveis ou provaveis mudanças, por que estas são sempre boas. Que, cada vez mais, saibamos valorizar e saborear os bons instantes, por menores e mais simples que sejam, que precisemos cada vez de menos, pra ser mais feliz. Que a gente ame! Um pouco todo dia e a cada dia um bocado mais.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O atrator de Lorenz


Para onde olho, vejo fractais. Temporais ou espaciais, não importa. Eles estão lá, no comportamento das pessoas, no desenvolvimento das sociedades em menor ou maior escala. M. Barnley disse que “A geometria fractal fará você ver tudo de uma forma diferente. Você corre o risco de perder a visão que trouxe da infância sobre nuvens, florestas, galáxias, folhas, penas, flores, rochas, montanhas, torrentes de água, carpetes, blocos e muitas outras coisas. Nunca mais a sua interpretação dessas coisas será exatamente a mesma.” E ele tem absoluta razão. Uma vez visto e conhecido os padrões, impossível não notá-los. Tudo é Fractal. Tudo está conectado. Qualquer coisa por menor que seja, influencia a teia. O Efeito Borboleta, não o filme, mas o conceito, criado por Lorenz na década de 70, diz que “o Bater de asas de uma borboleta na Amazônia pode causar uma tornado no Texas”, não literalmente, mas quando se pensa que fazemos parte de um organismo muito maior, faz todo o sentido... Uma escolha, um ato, uma palavra, uma intenção, mesmo que não pronunciada, é capaz de alterar o rumo de todo um sistema, a famosa frase “Penso, logo existo” de R. Descartes não faz mais sentido, sou mais o “Escolho, logo existo” de A. Goswami, pois nossas escolhas afetam diretamente o universo. Entende-se por sistema qualquer coisa que se queira, eu, você, seu circulo de amigos, de trabalho, seu prédio, seu bairro, sua cidade, seu corpo físico, ou o do cara ao seu lado...Tudo e todos somos sistemas dinâmicos, complexos e adaptativos, do micro ao macro, sem escalas. Dinâmicos por que estamos em constante mutação em todos os níveis, complexos por sermos imprevisíveis, aleatórios, adaptativos por que...bom a palavra já fala por si. E como sistemas, desenvolvemos padrões, estruturais ou temporais, padrões que se verificam no espaço ou no tempo e que são, freqüentemente, um Fractal, ok...mas o que afinal é isso? Várias definições diferentes são encontradas para se explicar um fractal, mas todas elas concordam no que diz respeito às características essenciais dessas estruturas que são: auto-similaridade (o menor pedaço é sempre representativo do Todo, como um Holograma), complexidade infinita e formação através de um processo simples de realimentação (iteração), um comportamento pessoal depreciativo ou não mas eternamente repetitivo, por exemplo. O fractal é ainda o atrator para onde converge o desenvolvimento de um sistema. É um padrão bem ordenado que nasce de uma aparente desordem a partir de um procedimento simples, repetitivo e bem definido. Apesar de bem ordenados, esses padrões (fractais) na natureza são dinâmicos e evolutivos daí a história dos Sistemas Dinâmicos Complexos Adaptativos conceito de M. Gell-Man, que também disse que “A vida é plena apenas no limiar do caos. É aí que reside a criatividade e a solução dos problemas”, mais um que está certo no que diz...não nascemos para ficar parados, engessados, inflexíveis, tudo que é rígido demais acaba quebrando. Mudar de idéia, de comportamento, de casa, de cidade...mudar de qualquer jeito faz parte da brincadeira.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um pequeno furto...


Do Blog de um, muito querido, amigo que, por sua vez, furtou dos escritos de Bukowski...pensando assim, "ladrão que rouba ladrão..."

Style (Charles Bukowski)


Style is the answer to everything.
A fresh way to approach a dull or dangerous thing
To do a dull thing with style is preferable to doing a dangerous thing without it
To do a dangerous thing with style is what I call art

Bullfighting can be an art
Boxing can be an art
Loving can be an art
Opening a can of sardines can be an art

Not many have style
Not many can keep style
I have seen dogs with more style than men,
although not many dogs have style.
Cats have it with abundance.

When Hemingway put his brains to the wall with a shotgun,
that was style.
Or sometimes people give you style
Joan of Arc had style
John the Baptist
Jesus
Socrates
Caesar
García Lorca.

I have met men in jail with style.
I have met more men in jail with style than men out of jail.
Style is the difference, a way of doing, a way of being done.
Six herons standing quietly in a pool of water,
or you, naked, walking out of the bathroom without seeing me

muito a pensar

e quase nada a falar...
parece que a poesia entrou em recesso,
junto com o povo em Brasilia.
No meio disso tudo
Onde está a palavra?
também de férias?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Enlouquecendo Parte II

A minha cabeça não pára
ok! até aí,
nenhuma grande novidade.
Tem sido assim desde de onde me lembro
de ter aprendido a pensar.
Mas agora há
um pensamento intruso
Que não sei onde encaixar.
Antes pensava em mim,
nos meus,
Planos,
amigos,
sonhos...
Agora tem você.
And something doesn't fit.
Penso em vc em quase tudo
nos lugares bonitos que visito
nas boas comidas que degusto
Penso em você comigo,
em te conhecer,
te aprender,
Em mim sem voce,
em você "sem migo"
Penso em vontade de você
Como seria,
como será...
Será?!?
Quem sabe um dia...
e até lá?
Me ensina!
Como faço
pra essa cabeça
parar de pensar?

domingo, 7 de dezembro de 2008

A dança de Shiva



Na noite de Brahman, a natureza acha-se inerte e não pode dançar até que Shiva o determine: Ele se ergue de seu êxtase e, dançando, envia através da matéria inerte ondas vibratórias do som que desperta e, vêde!, a matéria também dança, aparecendo como uma glória que o circunda. Dançando, Ele sustenta seus fenômenos multiformes na plenitude do tempo, dançando ainda, Ele destrói todas as formas e nomes pelo fogo e lhes concede novo repouso. Isto é poesia e, contudo, também é ciência.
(Ananda C.)
A dança de Shiva simboliza não apenas os ciclos cósmicos de criação e destruição, mas também o ritmo diário de nascimento e morte, visto no misticismo como a base da existência. Ao mesmo tempo, Shiva lembra-nos que as múltiplas formas do mundo são maya - não fundamentais mas ilusórias e em permanente mudança - na medida que segue criando-as e dissolvendo-as no fluxo incessante da sua dança.
(...)
A mão direita superior do deus segura um tambor que simboliza o som primordial da criação; a mão esquerda superior sustenta uma língua de chama, o elemento de destruição. O equilibrio das duas mãos representa o equilibrio dinâmico entra a criação e a destruição do mundo, acentuado ainda mais pela face calma e indiferente do Dançarino no centro das duas mãos, no qual a polaridade entre criação e destruição é dissolvida e transcendida. A segunda mão direita ergue-se num gesto que significa "Não tenha medo", expressando manutenção, proteção e paz; por sua vez, a mão esquerda remanescente aponta para baixo, para o pé esrguido e que simboliza a libertação da fascinação de maya. O deus é representado dançando sobre o corpo de um demônio, símbolo da ignorância do homem e que deve ser conquistado antes que seja alcançada a libertação.
(F. Capra)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

enlouquecendo

pela primeira vez na vida
temo realmente pela minha sanidade.
Acho que estou enlouquecendo
e sequer consigo identificar os reais motivos...
tudo me irrita
nada faz sentido
muitas mudanças à vista
e um medo profundo
do que virá
o que vai ser daqui pra frente
em todas as frentes da minha vida?
não tenho a minima idéia...
no meio desse turbilhão há algo que me deixa feliz,
uma nova pessoa
uma nova amizade...
mas há também muita ansiedade
um pensamento mais constante do que deveria
e novamente o medo...
medo de estar "misunderstanding"
de interpretar de forma errada,
medo de expectativas...
uma vontade de falar sem saber como...
sem parecer ridicula,
ou louca,
mas é justamente aí o ponto disso tudo,
pela primeira vez na minha vida
temo pela minha sanidade.