quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Das intermináveis reflexões de fim de ano...

E mais um ano vai chegando ao fim. Foi um bom ano. Muitas e drásticas mudanças. Um grande aperto financeiro. Amigos que se mudaram e deixaram um convívio vazio. Uma nova  e cansativa rotina. E sim, foi um bom, diria até ótimo, ano!
Enfrentei e venci desafios, acreditei na mudança, fechei ciclos longuíssimos e cansativos, fiz 35 anos e vi diariamente os resultados desse exercício de ser uma pessoa melhor. A cada dia repensei meu consumo, minhas necessidades, meus pré-julgamentos e pré-conceitos (tentando cada vez mais me livrar de ambos), meu conceito de felicidade, meu respeito pelo outro, pelas diferenças do outro, me livrei cada dia mais da importância da opinião alheia sobre mim, meu corpo, meus valores. Do outro só desejo o respeito com plena convicção que tenho me esforçado e conseguido, quase sempre, retribui-lo.
A verdade é que só tenho a agradecer por tudo que aconteceu no ano de 2013, mas ainda assim, encerro esse ano com uma certa tristeza por todos aqueles que nada mudaram.
Por todos os padrões e ciclos de desrespeito, e sofrimento, e inversão de valores, e consumismo excessivo, e desigualdade que permanecem...eu fico triste por isso. Fico triste porque isso tudo ainda é muito próximo de mim, porque ouço o discurso machista e abusivo e patriarcal e excessivamente capitalista em todos os lugares, na minha casa, no bar da esquina, na roda de amigos...todo ano, as mesmas pessoas reunidas, as mesmas "brigas", pelos mesmos motivos, os mesmos constrangimentos, a mesma falta de respeito...todo ano, todo ano, todo ano...e as pessoas reclamam que nada muda, e mais uma vez passam o ano todo fazendo a mesma coisa agindo da mesma maneira e esperando que no final desse ciclo, eternamente repetitivo e alimentado com o mesmo padrão de comportamento e a mesma energia viciada em sofrimento, algo seja diferente. Jura? Fazer sempre as mesmas coisas do mesmo jeito e esperar um resultado diferente, para Einstein essa era a definição de loucura, e pra mim, ele nunca esteve tão certo.
Não é fácil descobrir o que te faz feliz, não é fácil descobrir que o que te faz feliz está na contramão do que a sociedade e a mídia pregam como certo e necessário. Mas vale tanto à pena...e é isso que eu desejo a todos para o próximo ano: Coragem!!! Coragem para descobrir o que te faz feliz mesmo que não seja o que esperam de você. Coragem pra mudar de vida, coragem pra ser mais leve, para olhar em volta e ver que existe um mundo além do seu umbigo e das suas vontades, coragem para entender que é mais gratificante ajudar a resolver um problema sendo parte ativa da solução.
Um ótimo novo ano pra todos nós!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa!


Essa semana assisti a dois vídeos nos quais o tema central é a empatia.
Achei que ambos mereciam ser compartilhados.
O primeiro é uma animação, bem explicativa sobre o que, afinal de contas, é empatia.
O video foi criado pela Royal Society of Arts e faz parte de uma nova série chamada "espresso shots for the mind" (Doses de espresso para a mente, só pelo nome já gostei!). O video acima é narrado pela Dra. Brené Brown, professora pesquisadora da University of Houston Graduate College of Social Work, e nos dá alguns "insights" sobre as diferenças entre empatia e simpatia, explicando por que a empatia é muito mais significativa.
Aproveitei e traduzi abaixo a narração, assim ninguém pode dizer que não entendeu! (apesar de estar literalmente desenhado e animado!)


"Então o que é empatia e porque é muito diferente de simpatia?
Empatia estabelece uma conexão e simpatia leva à desconexão.
Empatia, é muito interessante, Theresa Wiseman é uma acadêmica da área de enfermagem que estudou profissões, as mais variadas delas, onde a empatia é relevante e concluiu que há 4 qualidades inerentes à empatia,  mudança de perspectiva, a capacidade de enxergar a situação a partir da perspectiva do outro e  aceitar essa perspectiva como real com total ausência de julgamentos (o que não é fácil quando se gosta disso tanto quanto a maioria das pessoas, rs!) e por fim reconhecer as emoções e sentimentos do outro e comunicar isso. Empatia é sentir COM a pessoa.
Para mim, sempre pensei empatia como se fosse esse espaço secreto onde quando alguém cai em um buraco escuro e grita lá do fundo: Eu estou preso, está escuro, estou sobrecarregado, e então olhamos e dizemos:  Hey!-descemos até lá- Eu sei como é aqui embaixo e você não está sozinho.
Simpatia é: Oh! está ruim né? Ahn...não...você quer um sanduíche?
Empatia é uma escolha! E é uma escolha vulnerável. Porque para se conectar com o outro você precisa se conectar com algo em si mesmo que conhece aquele sentimento.
Raramente, se não nunca, uma resposta empática começa com "pelo menos". E fazemos isso o tempo todo, e sabe por que? Quando alguém que compartilha algo conosco, algo que é inacreditavelmente doloroso, tentamos "ver o lado bom disso", amenizar as coisas. Então, se alguém diz: eu tive um aborto. Pelo menos vc sabe que pode engravidar. Meu casamento está desmoronando. Pelo menos, você tem um casamento. Meu filho John será expulso da escola. Pelo menos (a irmã) Sarah é uma aluna nota 10.
Uma das coisas que fazemos algumas vezes ao enfrentar conversas difíceis é tentar melhorar as coisas se eu compartilhar algo com vc que é muito doloroso, eu prefiro que vc diga " eu nem mesmo sei o que lhe dizer agora eu só estou muito feliz que você tenha me contado". Porque, a verdade é, raramente uma resposta poderá fazer as coisas ficarem melhor, o que realmente faz algo melhorar é a conexão.

O segundo video, inspirado no livro infantil "Quando nasce um monstro",  foi criado pela Ponto de Criação  para o projeto Reclame Multishow por Um mundo melhor. Entitulado "Mimimi", a ideia é mostrar que melhorar o mundo não é uma utopia e sim uma sucessão de pequenas escolhas. O video mostra de uma maneira divertida como a empatia, ou melhor, as pessoas que a possuem e praticam no dia a dia, podem sim, mudar o mundo!
Não consegui carregá-lo, mas você pode acessá-lo aqui!

E pra encerrar, desejo que no ano que entra possamos ser muito mais empáticos do que apenas simpáticos com o mundo à nossa volta!






sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Das pequenas escolhas, inconscientes, do dia a dia

Domingo à noite, mercados fechados, percebi que tinha acabado meu café (oi? como assim? é o velho ditado, "casa de ferreiro...") nessa mesma noite dei acolhida ao meu amigo amado, Juliano Codorna, em rápida passagem por terras caiçaras, que além de trazer uma dose homeopática de presença contra saudade (Ele, a companheira, minha amiga e comadre de alma, Bianca mais o "nosso" filho Rudá, se mudaram de Cananeia há alguns meses, para minha tristeza) trouxe também presentes pra mim, mandados e devidos pela Bi, entre eles uma dose única de café 100% arábica, orgânico, vindo direto de terras botucatuenses, pense na alegria!!!! Segunda, de manhã, feliz que o ponto alto do meu processo de acordar seria tomar uma café incrível, mandado com todo amor, preparo minha moca com aquele único pó de café especial até perceber que o tempo da moca estava passando do normal...fui xeretar abri a tampa e antes que eu pudesse piscar a cafeteira explodiu na minha cara um jato de vapor e pó de café (100% arabica, orgânico...que dó). Na minha cara, na parede da cozinha até atrás da geladeira, no tapete, nas cortinas, na parede do lado oposto...caos!! E é justamente nesse ponto que entram as pequenas escolhas do dia a dia...não vou nem entrar no mérito de que, graças a ....................... (complete aqui o nome da sua divindade de devoção) eu não tive nenhum tipo de queimadura, afinal quem sabe o mínimo de como funciona uma moca, sabe que estou falando de vapor de água em alta pressão, o fato é, que o acontecido tinha tudo pra acabar com o dia que nem havia começado...lavada de café, cozinha imunda, numa segunda de manhã? Mau-humor na certa né? Não, não é!! Ao olhar minha cara no espelho não pude deixar de rir de mim mesma, da cena toda. No banho, vi que tinha pó de café até na orelha, e isso não tinha como ser nada além de engraçado...quando comecei a limpar tudo pensei na reação que teria anos atrás...certamente a opção do mau-humor e um dia azedo pra começar a semana, e fiquei  ainda mais feliz, e grata, não só por não ter acontecido nada mais grave mais principalmente por perceber que o esforço diário, ao longo desses anos, tem surtido o efeito desejado que é ver essas pequenas escolhas, inconscientes e diárias se direcionarem mais para a capacidade de rir de si mesma e dos imprevistos, do que para o mau-humor e infelicidade. No final de tudo, chegar atrasada ao trabalho rindo do que aconteceu, e perceber que inconscientemente escolho ser feliz é uma vitória e tanto nessa nossa vida imprevisível e caótica!