quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

nunca mais, my hazel eyes...

Ele era o começo e o fim do meu dia, todo dia, há exatos 11 anos e cinco meses. Minha primeira atenção da manhã, meu primeiro bom dia, e sempre meu último boa noite. Ele era minha única rotina e por isso eu não quis sair da cama hoje de manhã. Acordei sem rotina. Ele era meu melhor convivio, meu melhor companheiro, meu maior amor. Agora ele simplesmente não é. Não está. E o espaço parece ter perdido o sentido. Eu assumi com ele um compromisso, sagrado, desde o dia em que o vi e o trouxe pra casa, um compromisso que ditou as minhas decisões de viagens, moradia e tantas outras...porque se não fosse bom pra ele não era pra mim. Sem ele, ficar aqui no mesmo lugar, não parece ter sentido. E agora que posso decidir por qualquer coisa ou qualquer lugar, sem ele eu não sei pra onde ir...nunca mais, seus olhos de avelã, a me seguir...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

E a palavra que define é nojo

Segundo o dicionário Michaelis da lingua portuguesa: 
no.jo 
(ôsm (de enojar1 Enjoo, náusea. 2 Asco, repugnância, repulsa. 3 Mágoa, pesar, tristeza. 4 Tédio, aborrecimento. 5 Luto.
Tudo isso junto, todos os significados ao mesmo tempo definem meu atual sentimento em relação a uma parcela muito grande da humanidade. Em menos de uma semana as noticias que acompanho me fizeram sentir asco da espécie humana, tristeza por essa gente e tem me posto freqüentemente em luto pelas conseqüências de seus atos e discursos.Em menos de uma semana, mais uma especie foi declarada oficialmente extinta pela IUCN  (Diceros bicornis longipes), o caos no transporte publico de São Paulo causa revolta nos usuários que são tratados como vândalos por um governo fascista e sabidamente responsável pelas falcatruas que levam a esse mesmo caos e geram a revolta; e como se não bastasse, jovens brancos, de classe média, prendem  e torturam outro jovem, negro, pobre, ladrão (ou não, porque na verdade não faz a menor diferença) em "praça pública"  e já estão livres, fianças pagas, aguardando que a justiça seja feita (justiça?? pra quem???). Enquanto isso, essa parcela da humanidade que me enoja grita a altos brados que bandido bom é bandido morto, repete à exaustão uma longa lista de clichês que justifiquem suas posições de privilegio. Escuta, a verdade é que não importa se é branco, negro, pobre, classe média, ladrão, trabalhador, digo mais nem mesmo se  fosse um estrupador (o que pra mim é a pior categoria de crime que existe)  ninguém, absolutamente NINGUÉM tem o direito de fazer a outro ser humano o que fizeram com esse garoto no Rio. E isso deveria ser óbvio. E o fato de não ser óbvio me da medo...e nesse pé em que as coisas caminham, o que me sobra é uma vergonha profunda da r(e)aça humana.