Fico aqui pensando. Às vezes não sei se é ingenuidade ou uma
esperança cega que carrego. Uma mania de achar que as pessoas são minimamente
boas. Minimamente capazes de enxergar efetivamente o outro além de seu próprio
reflexo egoico, de seu próprio umbigo. Mas aí vem a vida e me obriga, mais uma
vez, a entender que não. Não são capazes. Ou simplesmente não querem.
Se te dizem um não.
Se suas vontades não são satisfeitas.
Como você reage?
Fica putinho, achando a vida injusta e culpa quem lhe disse
não, ou para pra pensar, refletir e entender o porque da negativa?
O que lhe cabe do processo que culminou na negativa?
Quanto desse resultado final é sua responsabilidade enquanto
ser humano e social?
O quanto você deixou de trocar com outro, de doar, se fazer
presente, nutrir suas relações, ser empático, ouvir?
O quanto você só falou de si, de seus problemas e dramas, o
quanto você fez tudo ser sempre sobre você ao se relacionar com outra pessoa?
O quanto você está disposto a olhar para dentro, se escutar, estar só e assim, proceder com uma auto-análise, real e sincera, sobre seu ego, seus medos, seus pré-conceitos e entender o que é seu e o que é do outro nas relações?
O quanto você está disposto a olhar para dentro, se escutar, estar só e assim, proceder com uma auto-análise, real e sincera, sobre seu ego, seus medos, seus pré-conceitos e entender o que é seu e o que é do outro nas relações?
E não falo isso só pra relacionamentos amorosos, vale para
todas as relações. TODAS!
Não dá pra ficar sentado esperando que o mundo lhe de
atenção e amor e compreensão se você não é capaz de dizer: “bom dia, você tá
bem?” para as pessoas que lhe cercam todo dia.
Não dá pra esperar que lhe doem tempo e companhia se você nunca
está disponível.
Só receber não é uma possibilidade.
Nunca se doar e ficar bravo por não receber não deveria ser uma possibilidade.
Ainda
assim, acontece o tempo todo e é exaustivo lidar com essas relações,
unilaterais e superficiais.
Eu acredito em troca. Parceria. Construção. Eu acredito na
escolha diária de pelo menos tentar ser gentil e empática.
Eu acredito em:
“como foi seu dia?”
“posso te ajudar de
alguma forma?”
“pode contar comigo!”
“me perdoa, errei”,
“te amo”,
“sou
grata”
“senti sua falta”...
-->
E coloco em prática.
E recebo de volta, algumas vezes. Mas,
confesso, fico puta quando esperam de mim essa mesma atitude sem nunca terem me
oferecido. Sei que não deveria ficar puta...esse é um outro exercício,
constante, um dia chego lá. Mas se a vida é feita de escolhas, escolho não
caminhar com essas gentes que acham que o mundo existe para servi-las.