quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mágico (de Marcia Maia)

Ele não sabe o poder que tem. De despertar varandas e passarinhos. De reinventar os dias novos sempre iguais. De em silêncio, transformar tudo o que toca. Em meu corpo, jamais fez brotar fogos de artificio ou sinfonias.Só amanheceres longuissimos e adágios.E quando o cheiro de café derrama-se,nas manhãs, pela cozinha,é como se de novo-e sempre-me abraçasse.

componha-me

Cansei de ser gente,
quero ser poesia.
Componha-me em versos
Livres.
Componha-me
Sem métricas.
Sem rimas.
Cansei de ser gente,
e por suas mãos
serei nada
além de poesia.