quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

E a palavra que define é nojo

Segundo o dicionário Michaelis da lingua portuguesa: 
no.jo 
(ôsm (de enojar1 Enjoo, náusea. 2 Asco, repugnância, repulsa. 3 Mágoa, pesar, tristeza. 4 Tédio, aborrecimento. 5 Luto.
Tudo isso junto, todos os significados ao mesmo tempo definem meu atual sentimento em relação a uma parcela muito grande da humanidade. Em menos de uma semana as noticias que acompanho me fizeram sentir asco da espécie humana, tristeza por essa gente e tem me posto freqüentemente em luto pelas conseqüências de seus atos e discursos.Em menos de uma semana, mais uma especie foi declarada oficialmente extinta pela IUCN  (Diceros bicornis longipes), o caos no transporte publico de São Paulo causa revolta nos usuários que são tratados como vândalos por um governo fascista e sabidamente responsável pelas falcatruas que levam a esse mesmo caos e geram a revolta; e como se não bastasse, jovens brancos, de classe média, prendem  e torturam outro jovem, negro, pobre, ladrão (ou não, porque na verdade não faz a menor diferença) em "praça pública"  e já estão livres, fianças pagas, aguardando que a justiça seja feita (justiça?? pra quem???). Enquanto isso, essa parcela da humanidade que me enoja grita a altos brados que bandido bom é bandido morto, repete à exaustão uma longa lista de clichês que justifiquem suas posições de privilegio. Escuta, a verdade é que não importa se é branco, negro, pobre, classe média, ladrão, trabalhador, digo mais nem mesmo se  fosse um estrupador (o que pra mim é a pior categoria de crime que existe)  ninguém, absolutamente NINGUÉM tem o direito de fazer a outro ser humano o que fizeram com esse garoto no Rio. E isso deveria ser óbvio. E o fato de não ser óbvio me da medo...e nesse pé em que as coisas caminham, o que me sobra é uma vergonha profunda da r(e)aça humana.