terça-feira, 14 de outubro de 2008

Tudo vira poesia

Tudo vira poesia

Basta olhar em volta

Pensar em reviravolta

Dia e noite

Noite e dia

Apenas um olhar

E lá está a poesia!

Adoro abraço

Odeio pisar de meia no chão molhado

Adoro tomar banho

Odeio esperar

Adoro meus amigos

Odeio gente mal educada

Adoro cozinhar

Odeio que dêem palpite na minha cozinha

Adoro morar na praia

Odeio calor que não tem fim

Adoro ficar envolta em meio liquido

Odeio ficar cheia de areia

Adoro ter razão

Mas não tenho medo de errar

Nem de me desculpar sempre que preciso

Adoro aspargos, mascarpone, gorgonzola, vinho, lareira, namoro...

Adoro minha profissão

Odeio não trabalhar nela como esperava

Adoro Caos, Fractais, Física Quântica, O fim das certezas

Odeio o Cartesianismo vigente

E assim sucessivamente...

Outro presente

Uma Paulistinha

(de Bernardino Fialho – Mestre tio Neno)

Conheci uma paulistinha

Que me deixou impressionado

Achei que tinha sonhado

Mas era realidade

Ela ali na minha frente

Me olhando sorridente

Então vi: era verdade!

Escuta bem, minha amiga

Isto que dizer-te

Foi muito bom conhecer-te

Me trouxeste alegria

Pois eu, este gaucho rude

Fiz tudo, tudo que pude

Fiz até uma poesia.

Pense bem cara Heloisa

E escute bem o que eu digo

Se precisar deste amigo

Na hora da aflição

Eu estarei ao teu lado

Lutando desesperado

Segurando a tua mão.

Eu quero te ver assim

Sempre alegre e contente

Com teu sorriso transparente

Com esta tua simpatia

É ela que me acalma

Que conforta a minha alma

Faz da vida esta alegria.

Depois que te conheci

O mundo mudou de cor

A vida tem mais valor

E a culpa é toda tua

Já não sei mais o que eu faço

Eu penso no teu abraço

E perambulo na rua.

Pra falar a verdade

O teu abraço apertado

Me deixou desesperado

Sem entender a razão

O teu sorriso menina

E a tua alma cristalina

Roubaram meu coração.

Infância


-->
O corpo pra fora da cama, 
aquele friozinho gostoso 
de quem acabou de acordar.
O pé caminha descalço 
guiado pelo cheiro
de café coando, 
lenha queimando... 
“Vai por um chinelo, menina! Levanta da cama, pé no chão, vai resfriar!" 
A voz da vó, ralhando logo cedo.
Nostalgia.
Inverno. 
Sentada à beira do fogão à lenha, assando milho verde, 
família jogando víspora.
O vô perde.
Fica bravo.
Acaba a brincadeira.
A família se recolhe e a geada cai 
na madrugada.
A casa adormece...
Para no dia seguinte, 
a menina levantar da cama, 
sentindo frio. 
Pés descalços 
E o corpo flutuando 
atrás do cheirinho de café.