terça-feira, 5 de setembro de 2017

Eu acredito em troca. Parceria. Construção.

Fico aqui pensando. Às vezes não sei se é ingenuidade ou uma esperança cega que carrego. Uma mania de achar que as pessoas são minimamente boas. Minimamente capazes de enxergar efetivamente o outro além de seu próprio reflexo egoico, de seu próprio umbigo. Mas aí vem a vida e me obriga, mais uma vez, a entender que não. Não são capazes. Ou simplesmente não querem.
Se te dizem um não.
Se suas vontades não são satisfeitas.
Como você reage?
Fica putinho, achando a vida injusta e culpa quem lhe disse não, ou para pra pensar, refletir e entender o porque da negativa?
O que lhe cabe do processo que culminou na negativa?
Quanto desse resultado final é sua responsabilidade enquanto ser humano e social?
O quanto você deixou de trocar com outro, de doar, se fazer presente, nutrir suas relações, ser empático, ouvir?
O quanto você só falou de si, de seus problemas e dramas, o quanto você fez tudo ser sempre sobre você ao se relacionar com outra pessoa?
O quanto você está disposto a olhar para dentro, se escutar, estar só e assim, proceder com uma auto-análise, real e sincera, sobre seu ego, seus medos, seus pré-conceitos e entender o que é seu e o que é do outro nas relações?
E não falo isso só pra relacionamentos amorosos, vale para todas as relações. TODAS!
Não dá pra ficar sentado esperando que o mundo lhe de atenção e amor e compreensão se você não é capaz de dizer: “bom dia, você tá bem?” para as pessoas que lhe cercam todo dia.
Não dá pra esperar que lhe doem tempo e companhia se você nunca está disponível.
Só receber não é uma possibilidade.
Nunca se doar e ficar bravo por não receber  não deveria ser uma possibilidade. 
Ainda assim, acontece o tempo todo e é exaustivo lidar com essas relações, unilaterais e superficiais.
Eu acredito em troca. Parceria. Construção. Eu acredito na escolha diária de pelo menos tentar ser gentil e empática.
Eu acredito em:
 “como foi seu dia?”
“posso te ajudar de alguma forma?” 
“pode contar comigo!”
“me perdoa, errei”,
“te amo”,
“sou grata”
“senti sua falta”... 

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E coloco em prática. 
E recebo de volta, algumas vezes. Mas, confesso, fico puta quando esperam de mim essa mesma atitude sem nunca terem me oferecido. Sei que não deveria ficar puta...esse é um outro exercício, constante, um dia chego lá. Mas se a vida é feita de escolhas, escolho não caminhar com essas gentes que acham que o mundo existe para servi-las.

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